Mais uma vez o vereador Júnior Garra (PDT) está detido na Delegacia de Polícia Civil de Canaã dos Carajás, desta vez por ter tentado impedir o trabalho da Polícia Militar.
A prisão do político ocorreu nesta quinta-feira (21), mas os fatos que levaram a ela tiveram início ontem, quarta (20), quando Mauro Ferreira, funcionário da propriedade rural de Junior, procurou a Polícia Civil denunciando ter sido ameaçado por outra pessoa, identificada por Robson, prima de Junior e que também trabalha na fazenda.
Mauro relatou à equipe de reportagem da TV Correio ter reclamado para Junior que Robson não estava auxiliando nos serviços da terra, o que resultou no vereador chamando a atenção do primo. Não contente por ter sido repreendido, Robson teria partido para cima de Mauro. A vítima conta que uma arma foi apontada para ela na quarta e que o acusado fez ameaças de morte.
Em seguida, Mauro procurou a Delegacia de Polícia Civil e registrou um boletim de ocorrência. As ameaças, entretanto, não teriam cessado e nesta quinta ele procurou a Polícia Militar, que enviou uma guarnição até a propriedade.
De acordo com o cabo Fabio Castro, que comandou a ação, quando Robson visualizou a equipe policial se aproximando, correu para o mato enquanto olhava para trás. Como a vítima havia informado aos militares que o acusado poderia estar armado, eles efetuaram um disparo de advertência, que não foi respeitado.
Quando cansou de correr, Robson se escondeu em meio ao matagal e, posteriormente, acabou localizado. Foi encontrada, ainda, uma bolsa contendo munições calibre 12, da qual ele teria se livrado durante a fuga. A arma, entretanto, não foi localizada.
Ainda segundo o cabo, quando ele e os colegas estavam deixando o local, o vereador chegou e começou a acusar os policiais de terem agredido Robson, o que é negado pelo militar. Ao desacatar a guarnição, o político teria recebido voz de prisão, mas resistiu a ela, se jogando no chão. “Tivemos que medir força com ele para poder algemar e isso tá tudo registrado pela imprensa que acompanhou ele na hora”, comentou Castro.
O OUTRO LADO
Ouvido pela reportagem ainda na delegacia, o vereador alegou que não tentou impedir o trabalho da Polícia Militar. Ele diz ter sido chamado ao local por uma vizinha após esta ouvir tiros. Segundo Junior, ele se identificou aos militares e questionou se eles haviam agredido o primo, ao ver Robson supostamente ensanguentado.
Neste momento, acrescenta, os militares teriam passado a questionar se ele os estava acusando e tentaram algemá-lo, ato que ele também diz ter questionado. “Apertaram algema no máximo que deram conta, me colocaram dentro da viatura, puxaram pelo pescoço, pela camisa, me jogaram no chão, pisaram, fizeram o que queriam, depois me jogaram na carroceria da caminhonete e amarraram. Vieram no caminho dando sacolejo e fazendo graça”, afirma.
O vereador disse que pretende representar judicialmente contra os militares por abuso de autoridade e alega que a prisão foi uma perseguição por conta de denúncias que ele vem fazendo no cargo de vereador.
OUTRA PRISÃO
Em 2019, uma operação que envolveu agentes da Polícia Civil, Ministério Público Estadual e Poder Judiciário também prendeu o vereador, que foi acusado de crimes eleitorais cometidos no ano de 2016, durante a campanha que o elegeu. À época, a polícia apreendeu na casa de Júnior Garra munições e armas de grosso calibre.
Com informações do Correio de Carajás
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