Os médicos que compõem o quadro de profissionais da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que fica localizada no Bairro Cidade Jardim, em Parauapebas, protocolaram no Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará, um documento com diversas assinaturas denunciando a falta de estrutura para o atendimento.
No documento, em que a reportagem obteve com exclusividade, os profissionais relatam condições precárias dentro do pronto socorro da UPA, que não atingem apenas os médicos, mas, todos os profissionais de saúde que trabalham no setor e, principalmente, os pacientes. Segundo as denúncias, no local existe superlotação, tendo uma média de 80 a 120 pacientes para cada médico por plantão de 12h, gerando grande estresse em todos os profissionais que trabalham, além do limite físico e intelectual para bem atender a população.
VEJA O DOCUMENTO COMPLETO: CLIQUE AQUI
De acordo com os profissionais que protocolaram a denúncia, a falta de estrutura torna o ambiente hospitalar insustentável, colocando em risco a segurança dos profissionais e usuários, pois os pacientes chegam à UPA fragilizados e ficam sem o suporte para serem atendidos. E isso, em muitas das vezes, faz com que os profissionais de saúde sejam agredidos verbalmente.
Os médicos também afirmam que as instalações da Unidade estão totalmente precárias, com banheiros sem funcionar, vazamentos, ambiente sujo e mobiliários que apresentam oxidação, completamente fora dos padrões exigidos pelo Ministério da Saúde. A Farmácia da UPA, que tem estrutura de atendimento de 24h, não funciona integralmente e está quase vazia. Faltam medicações básicas e vitais, material técnico e cirúrgico, EPI’s, equipamentos de urgência e emergência, entre outros.
Confira alguns materiais em falta, de acordo com a denúncia:
* Álcool; Papel lençol;
* Soro fisiológico 0,9%- 100 e 250 ml;
* Medicamentos: Bromoprida, Ondansetrona, Metoclopramida, Cetoprofeno, Diclofenaco, Fentanila; Fenitoína; Entre outros;
* Materiais para pequenos procedimentos: Fio de sutura de número 3/4/5, gaze, compressa; entre outros;
* Respiradores;
* Tiras de teste para glicoteste;
* Exame laboratorial: Hemograma;
Atualmente a UPA do Cidade Jardim conta com treze leitos na Sala Amarela e Observação adulto. Até o dia 12 de dezembro, 29 pacientes estavam na observação, alguns em estado grave, três pacientes com tuberculose e pneumonia, 4 pacientes adultos em observação na sala de medicação e 2 pacientes adultos em observação na sala pediátrica.
Os profissionais afirmam que a situação ficou ainda pior, devido a paralisação do Pronto Socorro Municipal. Sem atendimento no Hospital Municipal de Parauapebas (HMP), os pacientes estão sendo transferidos para a UPA.
Segundo os médicos, todas essas situações relatadas são de conhecimento da Diretora Administrativa e do secretário de Saúde de Parauapebas, mas, nada é feito para solucionar as falhas.
Eles finalizam o texto reforçando que a equipe médica, para desenvolver seu trabalho com segurança e qualidade, precisa minimamente de uma boa estrutura física, equipamentos e medicações. Eles ressaltam que as condições atuais da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) colocam em risco a vida de todos e pedem medidas urgentes.
Mín. 22° Máx. 29°