O descaso com a saúde pública de Parauapebas, sudeste paraense, está à beira do colapso com a greve dos médicos que está longe do fim, por causa de atraso salarial e requisitos básicos para o funcionamento pleno das unidades, principalmente no Hospital Geral de Parauapebas (HGP), Hospital Municipal de Parauapebas (HMP) e Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
As unidades de saúde são as principais do município e deveriam servir de referência, mas, segundo relatos dos pacientes, a demora no atendimento, que pode chegar até 5 horas de espera, tem colocado em risco as vidas de diversos munícipes.
À medida em que se aproxima o fim da gestão atual do prefeito Darci Lermen (MDB), é notório que o serviço em saúde pública na “Capital do Minério” vem sendo negligenciado com a greve dos profissionais e a falta de insumos nas casas de saúde. Quem depende de atendimento pede socorro e não sabe a quem recorrer, diante de tanto descaso. Muitos médicos estão de braços cruzados por falta de pagamento.
A nossa equipe recebeu áudios, via WhatsApp, de pacientes que denunciam o caos no Hospital Geral de Parauapebas (HGP), Hospital Municipal de Parauapebas (HMP) e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Um dos pacientes clama às autoridades que tomem providências. Segundo o relato, na UPA, os corredores estão tomados por pacientes que aguardam horas por atendimento e reclamam da superlotação. Já no HGP e HMP, as portas continuam fechadas para atendimentos por conta da greve dos médicos. “Vendo a situação que se encontra hoje o Hospital de Parauapebas, é muito triste isso. Mais triste ainda é para as pessoas carentes que dependem do serviço”, desabafa um usuário da rede pública.
Problemas continuam
Recentemente aconteceu uma audiência entre a Prefeitura de Parauapebas, representantes da Associação de Saúde, Esporte, Lazer e Cultura (ASELC) e a Justiça. No centro do debate, estava a quitação dos débitos por parte da gestão atual com a entidade responsável por administrar o HGP e HMP.
Durante as negociações, a prefeitura se comprometeu em repassar cerca de R$ 10 milhões para a ASELC, na última sexta-feira (13), no entanto, a dívida ultrapassa esse valor, o que não resolve o problema que vem ocasionando a greve dos médicos. Segundo fontes, os profissionais de saúde são categóricos em afirmar que não retornam aos trabalhos sem o pagamento total da dívida.
Outra audiência foi marcada para a próxima quinta-feira (19), com objetivo de solucionar o impasse. Mas, enquanto isso, a população vai padecendo nas filas das unidades pela falta de atendimento. “Onde fica o direito da criança e do adolescente? Onde fica o direito do idoso? O direito do cidadão? É nessa hora que as autoridades têm de se manifestar, fazer com que os responsáveis paguem por isso”, conclama o popular ouvido pela reportagem.
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