O mês de abril tem um significado especial para quem convive com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). O "Abril Azul" foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de conscientizar a população sobre o autismo, envolver a comunidade e trazer visibilidade ao diagnóstico e tratamento para o neurodivergente e sua família.
Entre as principais necessidades desse segmento estão espaços de assistência inclusivos e humanizados. Com o objetivo de aprimorar o atendimento a pessoas com TEA, a Policlínica Lago de Tucuruí, no sudeste paraense, promove diversas capacitações aos profissionais, sobretudo aos que atuam no Núcleo de Atenção ao Transtorno do Espectro do Autismo (Natea) da unidade.
“Esse mês, estamos promovendo palestras de humanização no atendimento a crianças com TEA, com o tema 'Compromisso com o Cuidado e Respeito'. A palestra voltada para a equipe de atendimento abordou como oferecer uma assistência humanizada e eficaz para crianças e adolescentes com TEA. Nosso objetivo é aprimorar as práticas da equipe a essa população, de forma respeitosa e empática”, detalhou Sabrina Braga, responsável pelo Grupo de Trabalho de Humanização.
Acolhimento e respeito- A programação também alertou os profissionais sobre a importância de compreender as necessidades específicas de pessoas com autismo, assim como de suas famílias, oferecendo um atendimento além da técnica, respeitando o tempo, os sentimentos e as particularidades de cada indivíduo. “A humanização no atendimento é essencial para criar um ambiente acolhedor, seguro e estimulante, onde a criança se sinta compreendida e respeitada”, acrescentou.
Alice Braga, 25 anos, que trabalha na recepção da unidade, disse que a programação reforça um compromisso diário. “É fundamental para a gente entender como oferecer um atendimento mais humanizado e respeitoso. Cada pessoa tem um jeito de se comunicar, de se expressar o seu desconforto, sua dor. E reconhecer essas particularidades me torna uma profissional mais preparada, e sabendo como agir diante dessas situações”, ressaltou.
Desafios- A autônoma Emylaine de Oliveira Pacheco, mãe de Lucas, 6 anos, contou que, ao receber o diagnóstico de TEA, também soube que o menino tem TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). Moradores de Breu Branco, município do sudeste paraense, a criança recebeu encaminhamento para o Natea Tucuruí, onde está, gradativamente, desenvolvendo suas habilidades.
“O tratamento tem sido muito bom ao longo de quase três anos. Os desafios são grandes, mas estamos conseguindo lidar. A maior evolução foi a fala do Lucas Estevão. Ele é autista não verbal. Já veio falar com 4 anos, após ter dado início às terapias dentro do Natea. Essa foi a maior bênção. Ele falar, era um dos meus maiores sonhos. E graças ao Natea consegui ouvir a voz dele”, acrescentou Emylaine de Oliveira.
Atendimentos- A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio do Natea Tucuruí, administrado pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), oferta consultas médicas especializadas em neuropediatria, pediatria e psiquiatria, além de atendimentos com outros profissionais da equipe multiprofissional, incluindo educadores físicos, assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogos, enfermeiros e terapeutas ocupacionais.
Serviço: O funcionamento da Policlínica Lago de Tucuruí é de segunda-feira a sexta-feira, das 7h às 19h. O serviço de hemodiálise também funciona aos sábados, em dois turnos. A unidade fica na Avenida Raimundo Veridiano Cardoso, nº 1008, no bairro Santa Mônica, e o funcionamento é realizado 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Texto: Roberta Paraense - Ascom/Policlínica
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