“Fiquei muito feliz ao saber que estão planejando incluir aulas de educação financeira nas escolas”, comemora Antoni Gustavo, estudante de 14 anos da rede municipal de ensino de Canaã dos Carajás e vencedor da Olimpíada do Tesouro Direto de Educação Financeira (OLITEF). Ele ressalta a importância da iniciativa das escolas em inscrever os alunos na olimpíada, considerando fundamental para o desenvolvimento dos estudantes.
Apesar de enfrentar desafios devido ao diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Antoni tem se destacado na educação, especialmente no componente curricular de matemática que está diretamente relacionada à gestão financeira e economia, algo que ele pratica bastante em casa. Embora a administração das compras em casa seja responsabilidade de seus pais, ele participa ativamente do processo, observando e discutindo com eles sobre como gerenciar o dinheiro. “Esse item aqui não me interessa muito, então não preciso gastar meu dinheirinho com isso. Prefiro guardar para algo mais importante”, comenta.
A OLITEF, organizada pela Secretaria do Tesouro Nacional em parceria com a Bolsa de Valores Brasileira (B3) e outras instituições, tem o objetivo de promover a educação financeira entre estudantes da Educação Básica. Nesta primeira edição, alunos do 6º ao 9º ano e da 1ª série do Ensino Médio participaram de uma jornada que vai além da competição, incentivando uma cultura de planejamento e responsabilidade financeira.
O estudante, ao refletir sobre a importância da educação financeira, afirma. “Acredito que nunca é demais aprender sobre qualquer assunto, e para aqueles que ainda não têm esse conhecimento, sinto que posso contribuir alertando sobre a importância de uma boa gestão financeira.” Em Canaã dos Carajás, o sucesso da participação na olimpíada é uma evidência de que iniciativas como essa têm o poder de transformar comunidades inteiras.
Conquistar uma medalha na OLITEF é um feito que requer enorme dedicação, esforço e uma verdadeira paixão pela matemática. Nessa primeira edição, 88 alunos foram premiados, e, para representar esse grupo de vencedores, quatro jovens com histórias de aprendizado e superação, compartilham suas experiências e refletem sobre o impacto transformador que a competição teve em suas trajetórias pessoais e acadêmicas. Entre os medalhistas, destacam-se Antoni Gustavo Boena, Amanda Moraes, Charlison de Jesus e Luís Henrique.
Amanda Moraes, com apenas 11 anos, demonstrou como a paixão pela matemática pode abrir portas para um futuro promissor. Ela descreveu o dia da prova como desafiador, mas gratificante. “Consegui resolver algumas questões com facilidade, mas outras foram mais difíceis. Mesmo assim, consegui completá-las”, contou. Amanda acredita que a OLITEF prepara os jovens para uma vida financeira mais consciente, algo essencial tanto para o presente quanto para o futuro. Sua confiança nos números e sua afinidade com a matemática foram decisivas para sua conquista.
Apaixonado por esporte, Charlison de Jesus, medalhista de ouro na olimpíada, gostou do desafio. Filho de Aparecida Justina, cozinheira, e Dilsomar Vieira, agricultor, encarou a competição como uma chance de inspirar sua família. “Fiquei muito feliz porque não era só uma vitória para mim, mas também para minha família. Mostrei aos meus irmãos que eu também consigo”, afirmou. Sua conquista é um reflexo não apenas de sua capacidade, mas também do desejo de mostrar que o esforço pode trazer resultados significativos, mesmo diante de desafios.
Luís Henrique, que também tem TEA, participou da OLITEF com entusiasmo. Ele destacou o apoio que recebeu da escola, que ofereceu aulas preparatórias aos sábados. “Apesar de achar a prova difícil, gostei de participar. Aprendi lições valiosas sobre como lidar com o dinheiro e economizar”, explicou. Além de se destacar na olimpíada, Luís também se dedica a outras áreas do conhecimento, como ciências, sua disciplina preferida.
As histórias de Antoni Gustavo, Amanda, Charlison e Luís Henrique mostram como a educação financeira pode transformar não apenas o desempenho acadêmico, mas também contribuir para a formação cidadã. Mais do que medalhas, esses jovens conquistaram competências que os capacitarão a tomar decisões conscientes e enfrentar os desafios do futuro com mais confiança.
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