A Escola Educar, localizada no Bairro Cidade Jardim, está sendo alvo de denúncias por maus-tratos. De acordo com responsáveis, várias crianças do primeiro período – de cerca de quatro anos – começaram a apresentar comportamentos estranhos, o que chamou a atenção dos pais, que se dirigiram à escola na tarde de quarta-feira (29) em busca de esclarecimentos.
Livia Mariana de Oliveira, mãe de uma das crianças, relata que, devido à falta de transparência e comunicação da escola, os pais tomaram a iniciativa de criar um grupo, onde trocavam informações e relatos sobre o dia-a-dia dos alunos.
Foi nesse grupo que os pais notaram que os filhos – da mesma turma – estavam apresentando comportamentos incomuns. Muitos deles já não queriam voltar para a escola, e alguns – já desfraldados – voltaram a usar fraldas.
Os pais, então, identificaram diversos relatos de pressão, maus-tratos e abusos psicológicos contra as crianças. Há notícia, inclusive, de crianças sendo levadas a uma sala isolada, onde eram obrigados a “se comportar”.
A mãe espera que o caso seja investigado e medidas cabíveis sejam aplicadas para resolver o problema, para que seja jogada uma luz sobre o assunto, de forma que não venha a acontecer com mais crianças. Ela e os outros pais pretendem retirar os filhos da escola.
Ciente, do problema, a conselheira tutelar do Conselho Municipal do Direito da Criança e do Adolescente de Parauapebas (COMDCAP) Pastora Edileuza Nogueira, juntamente das conselheiras Maraísa e Alveni, começaram a acompanhar o caso de perto. Após ela receber as denúncias, entrou em contato com os pais e dirigiu-se à escola.
A situação gerou grande preocupação à conselheira. “São mais de quinze crianças que relatam o mesmo fato. Então, criança não mente, né? O adulto protege o adulto. E quem protege a criança?”, afirma.
Ela relata que as denúncias surgiram de uma turma inteira. Durante a apresentação de uma quadrilha de São João, os pais notaram que as crianças manifestaram medo em um momento que deveria ser recreativo.
A partir disso, e por meio do grupo criado por iniciativa dos pais, foi possível constatar que as crianças passaram por traumas semelhantes. Diante disso, Edileuza afirma que é necessário acreditar nas crianças e, a partir disso, averiguar os fatos.
O Conselho Tutelar, agora, tem como objetivo requisitar os serviços daqueles que são os garantidores de direitos, que podem fazer isso com qualificação. A conselheira utiliza como exemplo a Delegacia da Criança e do Adolescente (DEACA). Além disso, vê a necessidade de acompanhamento médico das crianças.
POSICIONAMENTO
Em nota, a Escola Educar não se posicionou sobre a denúncia de maus-tratos e criticou a postura dos pais que denunciaram a situação. A escola afirma ter sido surpreendida pela presença “de alguns pais de alunos, que apresentaram questionamentos acerca da ausência de uma professora e da organização da festa de São João”.
Afirma, também, que “repudia o tom agressivo utilizado por cerca de sete pais e mães de alunos que estiveram na escola”, alegando que eles não representam o “sentimento e a voz” da maioria dos pais e mães dos 430 alunos matriculados na instituição.
A nota segue, declarando que os pais foram instigados por informações distorcidas, e a escola não responde por nenhum processo na justiça, inquérito policial ou procedimento no Ministério Público.
Por fim, afirma que a Escola Educar já está tomando as devidas providências legais contra o “tom agressivo” por quem foi à escola na quarta-feira.
(Clein Ferreira/Portal Correio)
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