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Prefeitura cobra compensações ambientais, sociais e econômicas em audiência do projeto Bacaba

Prefeita Josemira Gadelha entregou ofício ao secretário estadual de Meio Ambiente com solicitações de ações em prol de Canaã para mitigar efeitos da mineração.

01/11/2024 às 12h32
Por: Redação Fonte: Ascom/PMCC
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Documento entregue a secretário estadual pediu compensações (Foto: Diego Barbosa)
Documento entregue a secretário estadual pediu compensações (Foto: Diego Barbosa)

A prefeita de Canaã, Josemira Gadelha, entregou em mãos, ao secretário adjunto de Meio Ambiente do Pará, Rodolfo Zalutti, um ofício com 11 pedidos de compensações ambientais, sociais e econômicas para a implantação do projeto de extração de cobre Bacaba, da mineradora Vale, que visa dar seguimento às operações da Mina do Sossego.

A entrega foi feita durante audiência pública para discussão do projeto, que contou com a presença de autoridades de Canaã e do Estado, representantes da Vale, da sociedade civil, e da comunidade.

Entre os pedidos feitos pela prefeitura estão a ampliação do sistema de saneamento de Canaã; o apoio da duplicação da PA-160 e na construção do aeroporto; além de ações específicas na Vila Bom Jesus (próxima ao projeto), como construção de unidades habitacionais, reforma e ampliação da Unidade de Saúde e da Escola da localidade.

Também foram pedidos o apoio para o Parque Veredas, a construção de um HUB logístico e apoio para equipar o Hospital Municipal.

“Esse projeto vem para gerar emprego e renda, e somos favoráveis, entretanto, é preciso discutir esses impactos.”, pontuou a prefeita. “Temos um planejamento de desenvolvimento em Canaã, mas temos dificuldade de acompanhar na mesma velocidade da migração gerada”, completou.

“Por isso, estamos aqui para discutir todo o projeto da mineração em Canaã, para garantir qualidade de vida, acolhimento e cuidado à nossa população”. A prefeita ainda ressaltou que, no futuro, será discutida a exaustão da mineração em Canaã, e o município precisa estar preparado.

“Pode ser que não estejamos aqui, mas estamos pensando nas próximas gerações. Não podemos deixar só as crateras, a cidade precisa continuar e isso exige compromisso e responsabilidade de todos nós”.

O presidente da Câmara Municipal, Dinilson José dos Santos, também apontou a preocupação com o passivo da mineração. “Pedíamos que essas compensações sejam voltadas para Canaã, pois há um passivo social e econômico para o nosso povo”.

Para o secretário municipal de Meio Ambiente de Canaã, Marcus Vinícius Brito, a audiência é um exercício de democracia e uma oportunidade para a comunidade apontar o que pode não ter sido detectado pelos estudos. “Ninguém conhece melhor o território do que quem vive nele”. Já o secretário estadual adjunto de Meio Ambiente definiu a escuta como “fundamental para o processo de licenciamento”.

Marcus Vinícius: Ninguém conhece melhor um local que quem vive nele

Cobranças

Entre a população presente participante, as principais preocupações demonstradas foram em relação à migração em massa, impactos ambientais, geração de emprego para a população local e segurança dos moradores da Vila Bom Jesus, próxima ao projeto.

População participou em peso da audiência pública (Foto: Diego Barbosa)

O secretário de Planejamento de Canaã, Geam Meirey, usou a palavra para questionar os investimentos sociais apresentados pela Vale, na ordem de R$ 500 milhões.

“A questão ambiental é uma preocupação, mas temos leis rígidas que se fazem cumprir, o que mais me preocupa é o passivo social. Só a prefeitura do município está investindo meio bilhão em educação, devido as demandas que vem surgindo”, apontou.

Geam Meirey destacou que município investe meio bilhão em educação (Foto: Diego Barbosa)

Representando o ICMBio Carajás, a analista ambiental Roberta Queiroz apontou a preocupação com as compensações sobre os possíveis impactos do Parque Nacional dos Campos Ferruginosos, e com projetos de combate à queimadas e incêndios.

Representante dos moradores da Vila Bom Jesus, Isaac Barbosa dos Santos afirmou que a comunidade já sofre impactos da mineração do Sossego, e será novamente impactada pelo Bacaba.

As questões levantadas serão levadas à discussão interna pelos representantes da Vale, assim como consideradas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente para a análise da licença.

Sobre o projeto

Durante a audiência, representantes da Vale apresentaram detalhes sobre o projeto, que tem expectativa de investir mais de U$ 500 milhões, com a possibilidade de estender a estrutura operacional já existente, do projeto Sossego, por oito anos, e capacidade de extração de 70 milhões de toneladas de cobre por ano.

“Para nós é importante dialogar com a sociedade para avançar nesse processo de licenciamento. Estamos aqui para dialogar, ouvir e contribuir com essa parceria.”, destacou o gerente de Desenvolvimento de Projetos da Vale, Rodrigo Garrocho.

A audiência contou ainda com a participação do promotor de Canaã, Emerson Oliveira, secretários municipais, representantes de empresas e associações.

 

Com informações da Ascom/PMCC

 

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