Do projeto inicial orçado em pouco mais de R$ 146 milhões, o custo da reforma do Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão, já superou meio bilhão de reais. Os números foram levantados pelo Jornal O Liberal, por meio do portal da transparência da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas do Estado (Sedop), com a análise de quatro contratos, cujas vigências se encerram entre junho e setembro deste ano.
A principal praça esportiva do Pará foi fechada para reforma em fevereiro de 2021 para obras de modernização e ampliação. O primeiro contrato, de nº 15/2022, foi assinado pelo secretário titular da Sedop, Ruy Cabral, no dia 15 de abril de 2021 tendo o valor definido em R$ 146.983.028,29. No entanto, ao longo dos últimos dois anos, oito termos aditivos elevaram o custo do documento em quase R$ 80 milhões, deixando o montante final em R$ 226.221.550,04.
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Mas os gastos para a ampliação do Mangueirão também estão em outros três contratos assinados pela Secretaria: o 80/2022, para reforma interna e instalação de assentos e outros equipamentos, no valor de R$ 40.166.999,71; seguido pelo nº 81/2022, para urbanização do entorno do Mangueirão, de valor R$ 152.066.273,26; e, por fim, o contrato 141/2022, cujo investimento abrange as instalações da cobertura metálica, da pista de atletismo e de dois elevadores, tudo isso orçado em R$ 89.653.096,63. A soma dos quatro documentos dá o montante de R$ 508.107.919,64, um aumento de mais de 245% do projetado inicialmente.
Além do crescimento exponencial dos gastos, a obra sofreu um atraso de oito meses. A previsão inicial de entrega era julho de 2022, mas os jogos de reabertura em si - dois eventos-teste e a reinauguração oficial, três clássicos Re-Pa - ocorreram em março e abril de 2023, mesmo sem que a reforma estivesse concluída. Tanto que torcedores de Remo e Paysandu apontaram diversos problemas no retorno ao “Colosso do Bengui”.
Problemas
Goteiras, falta de banheiros, portões que não abrem, estacionamento desorganizado. Estes são só alguns dos problemas relatados por quem foi ao Estádio do Mangueirão para assistir aos jogos entre Remo e Paysandu, pela semifinal da Copa Verde, nos dias 26 e 29 de março. Com cerca de 25 mil pessoas presentes, apenas metade da nova capacidade, o Colosso do Benguí demonstrou precisar de muitos ajustes para ser considerado, de fato, pronto.
As reclamações sobre o Novo Mangueirão começaram desde o acesso ao estádio. Muitas pessoas foram às redes sociais falar sobre a desorganização no estacionamento, na chegada e saída dos jogos. Os problemas citados apontaram para a gestão do trânsito no entorno, ainda mais caótico devido às chuvas no dia 26 de março, que fez com que torcedores tivessem os carros atolados na lama que se acumulou no espaço. Outro problema foi no acesso das pessoas com direito à gratuidade.
Banheiros
Dentro do Estádio, os banheiros foram os principais alvos de reclamações dos presentes nos jogos entre Remo e Paysandu. Apesar de o projeto prever o aumento 17 para 39 banheiros para mulheres, muitas torcedoras usaram as redes para reclamar da falta ou das más condições dos espaços.
Goteiras também foram relatadas durante o primeiro evento teste, realizado em 26 de março, quando choveu durante a partida. A cobertura havia sido uma das principais melhorias apontadas pelo governo do Estado durante as obras.
O deslocamento até o Novo Mangueirão está entre as principais reclamações do público. Se o espaço prevê que até 50 mil pessoas possam acompanhar a partidas e shows musicais sentadas, a chegada ao estádio só possui duas vias: a rodovia Augusto Montenegro e a Transmangueirão. A decisão de fechar o terminal rodoviário do Mangueirão, ou seja, o principal ponto de acesso por meio de transporte coletivo, culminou em privilegiar o transporte individual,os carros, abarrotando ainda mais as vias, que não são largas.
O problema se intensifica nos portões de entrada dos carros, que se transformam em gargalos. Funcionários ainda precisam checar individualmente os tickets de estacionamento, comprados com antecedência por cada proprietário dos veículos. Além das filas, a falta de fiscais na entrada prejudica a certificação completa: é difícil verificar se quem está entrando tem, de fato, o ticket de comprovação pela compra da vaga.
O Colosso do Bengui está em reforma desde fevereiro de 2021 e passou por várias melhorias, uma delas foi a capacidade do Estádio, ampliada para 50 mil pessoas. Além dos banheiros reformados, pistas de acesso, renovação da iluminação e do gramado. As obras ainda estão em andamento e a previsão é de que ajustes sejam feitos até setembro deste ano, prazo final dos contratos em vigor na Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas do Estado.
Contratos em vigor na Sedop:
Nº 15/2021
Objeto: Reforma geral do Estádio Olímpico do Pará
Término do contrato: 17/06/2023
Empresa contratada: Consórcio Obras Mangueirão
Valor atual: R$ 226.221.550,04
Nº 80/2022
Objeto: Fornecimento e instalação de equipamentos destinados ao Mangueirão
Término do contrato: 05/06/2023
Empresa contratada: Kango Brasil Ltda.
Valor atual: R$ 40.166.999,71
Nº 81/2022
Objeto: Urbanização do complexo esportivo no bairro Mangueirão
Término do contrato: 10/08/2023
Empresa contratada: Ankara Engenharia Ltda.
Valor atual: R$ 152.066.273,26
Nº 141/2022
Objeto: Fornecimento e instalação da cobertura tipo TPO, pista de atletismo e de dois elevadores de emergência
Término do contrato: 10/09/2023
Empresa contratada: Consórcio Engenharia Belém
Valor atual: R$ 89.653.096,63
Com informações de O Liberal
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